Videogame aproxima família e faz brasileiros jogarem mais no isolamento social
O que você tem feito para se divertir no período de isolamento social? Se por algum privilégio que a vida lhe deu a resposta for jogar videogame, saiba que essa prática deu um salto gigantesco em 2021. De acordo com a Pesquisa Game Brasil (PGB), 75,8% dos gamers brasileiros afirmam ter jogado muito mais durante esse período.
“Passei a jogar mais. O vídeo game é uma ótima forma de diversão para passar o tempo durante o isolamento social. Procuramos envolver toda a família para evitar o estresse já que precisávamos ficar em casa” diz, o funcionário público, Leonardo Gomes de Holanda, 31 de anos.
“Eu e meu filho aumentamos a frequência na frente do videogame. Acompanhá-lo nessa diversão fez a gente ocupar a mente mesmo sem poder sair de casa”, diz o empresário Janderson Barbosa, de 39 anos.
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A rotina de Leonardo e Janderson confirma o que boa parte da população tem utilizado os jogos eletrônicos como principal distração durante a pandemia. Por causa da situação, 51,5% dos jogadores realizaram mais sessões de partidas. Incluindo aquelas online com amigos e parentes.
“Era preciso manter relações com as pessoas mesmo elas estando fisicamente afastadas. Meu irmão, por exemplo, mora em Brasília e jogar online serviu para matar um pouco da saudade“, revela Leonardo.
“Meu filho Mateus passou a jogar online com os amigos da escola, depois da aula. Eles até criaram um grupo no whatsapp para combinar os horários da brincadeira. Até eu entrei na onda”, confessa Janderson.
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Além de toda essa diversão, 60,9% do público afirma ter consumido mais conteúdo relacionado a jogos, e 42,2% disseram ter investido mais dinheiro tanto em mídia física quanto mídia digital durante a quarentena. E claro, a gente já mostrou esses números na reportagem o aumento das vendas do PlayStation, Xbox e Nintendo.
O fato que é quanto mais ficamos em casa, mas a criatividade para se distrair diminui. Sendo assim, o habito mais prazeroso de cada um aflora naturalmente. E levando em consideração o videogame, já viu né? Jogos e mais jogos!
“Comprei Animal Crossing, Super Smash Bros. Ultimate e Pokémon Sword. Renovando o estoque acabei passando muito mais tempo do que o normal no videogame”, conta Leonardo.
“Eu tive que comprar novos jogos para não ficar de fora das disputas online. Rocket League, Fortnite e Brawlhala foram alguns deles”, diz Janderson.
Esse aumento de horas jogando game de certa forma uniu demais pais e filhos dentro de casa. O joystick passou a fazer parte desses encontros. A cumplicidade nas missões difíceis gerou automaticamente uma aproximação para as resoluções dos problemas. O videogame serviu tanto para aproximar os parentes e amigos distantes quanto para criar interação e divertimento entre as pessoas que residem no mesmo imóvel.
“Sempre é bom fortalecer as relações entre familiares e amigos e os jogos eletrônicos sendo bem dosados trazem diversos benefícios cognitivos. Principalmente relacionados a atenção visual e memória a curto prazo. Em jogos como Minecraft e os da franquia Lego é possível trabalhar habilidades, ações de planejamento estratégico e cooperação”, pontua a psicóloga clínica, Simone Santos.
Claro que tudo demais é veneno. E nesse caso, um acompanhamento profissional é importante. Até porque muitas crianças, adolescentes e adultos estão trabalhando ou estudando de forma remota. Muitas vezes usando o computador para essas atividades. Simone Santos faz questão de orientar para a dosagem seja equilibrada.
“Uso demasiado de telas em jogos eletrônicos pode gerar danos que vão desde problemas de visão a ansiedade. O excesso pode contribuir para o sedentarismo e por ser uma atividade prazerosa pode ocasionar uma compulsão. É importante também inserir na rotina atividade física e ficar de olho na classificação dos jogos para a idade adequada. Lembrando que a Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda nenhum tipo de tela para crianças de até 2 anos. Já o tempo permitido para as crianças de 6 aos 11 é de duas por dia.
A pesquisa do PGP 2021, também destacou o perfil do gamer brasileiro. Se computarmos os consoles, computadores e smartphones para a diversão, o público considerado de renda baixa e média somou 49,7%.
Com relação a cor da pele, 46% dos entrevistados disseram ser brancos, enquanto outra grande parcela, com 50,3% se identificaram como pardos (36,7%) ou negros (13,6%). As mulheres seguem no topo com relação aos homens com uma fatia de 51,5%.
Foram ouvidas 12.498 pessoas de 26 estados mais o Distrito Federal com idade a partir dos 16 anos. As entrevistas aconteceram entre os dias 7 e 22 de fevereiro deste ano.
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