Lugar de mulher é nos games e onde ela quiser!

Julio Costa Neto

Não é exagero afirmar que as mulheres vão dominar o planeta. A cada dia, elas se superam na busca, ou melhor, na luta pela representatividade. E no mundo dos game não é diferente. A “Pesquisa Gamer Brasil 2020” mostra a mulherada com aproximadamente 54% dos jogadores totais contra 45% dos homens. Do percetual feminino, 61,9% são jogadoras casuais e 23,3% a nível de competição.

Se esses dados surpreenderam alguns que esperavam os homens no topo da pesquisa, é preciso lembrar que o primeiro campeonato de game já registrado nos EUA teve Rebecca Heineman como a grande vencedora. A americana desbancou os concorrentes no clássico do arcade Space Invaders, em 1980.

Rebecca Heineman – Recebendo o troféu de 1º lugar

Hoje em dia, milhares de “Rebeccas” estão por aí. Elas estão nos sofás das casas ou em locais reservados. Jogando nos consoles e também nos celulares. Muitas vezes escondidas, usando um condinome masculino e, por conta do preconceito, não abrem o microfone numa partida multiplayer online. A artista brasileira Anitta sem perceber isso (ou percebendo), tem se aventurado em algumas lives e colocado a cara positivamente. A cantora até aproveitou, o sucesso mundial dos palcos e cravou, no FIFA21, o hit “Me Gusta”, uma parceira com os artistas internacionais Cardi B e Myke Towers. Ela também ganhou um uniforme especial e exclusivo. Pouco tempo depois, Anitta surpreendeu a todos virando uma jogadora no “Modo Volta” no simulador de futebol da produtora EA Sports. Um start fora de série.

Assim, segue a luta das meninas. E cá pra nós, dominar o mundo para elas nunca foi fácil. Se falarmos em trabalho duro temos mais uma prova. Em 1978, Carol Shaw foi a primeira mulher a atuar como desenvolvedora de jogos. Ela era a única da equipe e não ligou para os olhares tortos e preconceito. De cabeça erguida Carol participou de vários jogos, inclusive, de um bem legal que marcou a história, o River Raid da Activision. Vocês lembram do clássico aviãozinho e os tanques de combustíveis?

Carol Shaw

Em 1982, foi a vez da Ms. PacMan se tornar a primeira protagonista feminina dos jogos eletrônicos, com direito a batom e lacinho vermelho. Uma fofura! Os anos se passaram e a solidificação da presença da mulher no seguimento foi ficando cada vez mais forte e evidente. Uma convicção clara de que esses fatos serviram de inspiração para o crescimento feminino nos jogos eletrônicos. A representatividade é uma conquista e o empoderamento feminino ajudou a criar grandes heroínas. Samus Aran (Metroid), Lara Croft (Tomb Raider), Aloy (Horizon Zero Dawn) são algumas delas.

Meninas, vocês merecem demais. A luta é nossa e o grito tem que ecoar alto: Lugar de mulher é nos games e onde ela quiser!

Aloy, Lara Croft e Samus Aran

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